segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Filmes dos Anos 80 que gostaríamos de ver em 3D - Parte I

por Daniel Herculano

Com a febre 3D invadindo os cinemas e a cabeça dos produtores de Hollywood, nenhum filme é produzido hoje em dia sem pelo menos se cogitar a terceira dimensão. Depois de Avatar arrebatar a maior bilheteria da história veio Alice no País das Maravilhas (de Tim Burton) e a refilmagem de Fúria de Titãs, que havia sido filmado em 2D e depois passou pelo processo do 3D, apenas para amealhar um público maior.

E como a máquina hollywoodiana não para, ainda temos inúmeros desenhos (Shrek Para Sempre, entre outros) e filmes (não apenas de ação e terror) já engajados na terceira dimensão. E mesmo com a tonelada de refilmagens, vamos voltar no tempo e pensar em 10 questões contendo filmes originais da década de 80 que, por alguma razão especial, gostaríamos de ver em 3D. E excetuando o gênero de ficção-científica, que tratarei especificamente na Parte II, essa é a minha lista. Qual é a sua?


10. Mulheres fatais:

Ao criar a Mulher Nota Mil (1985), dois nerds não imaginavam, mas estavam cristalizando tudo o que todos os nerds sempre sonharam. Mas bem que ela poderia vir em 3D; mas, se ao assistir Uma Cilada Para Roger Rabbit (1988), o mundo inteiro clamava por uma Jessica Rabbit de verdade, o que dizer se ela fosse em 3D?

9. Vôos, aventura e tiros:

Com suas batalhas, treinamentos e até mesmo demonstrações aéreas, Top Gun – Ases Indomáveis (1986) seria um espetáculo ainda maior em 3D; em Os Intocáveis (1989), aposto que na cena do tiroteio na Central Station ia ter muito espectador querendo segurar o carrinho de bebê; nas sessões de Rambo II – A Missão (1985) e Comando Para Matar (1985) todos poderiam jurar que estavam sendo metralhados pelos brutamontes Stallone e Scharzennegger, respectivamente;

8. Fantasia é visual:

As Aventuras do Barão Munchausen (1988) e suas histórias mirabolantes, mesmo com os dois pés na criatividade, iam ficar bem mais críveis e imaginativas em 3D; já A Princesa Prometida (1987) poderia jogar suas magias e aventuras no meio dos espectadores; adoraria ver o vôo da lady Falcão mais linda da história num O Feitiço de Áquila (85) 3D; as lendas e confrontos de Excalibur (1981) e Conan, O Bárbaro (1982) – esqueçamos a matinée O Destruidor, 84 – também cairiam muito bem no velho novo formato de exibição;

7. Podreira da boa:

No primeiro Evil Dead – A Morte do Demônio (1981) um dos momentos ideais para o uso do 3D seria quando as câmeras que atacam os personagens, os perseguindo, vindo desde o chão até conseguir matar um por um; em Evil Dead II – Uma Noite Alucinante (1987) não haveria momento tão apropriado quanto louco para fazer com que a mão de Ash, possuída pelo demônio, queira matar seu próprio dono, fosse em 3D.

Mas se os programas de TV bizarros de Videodrome – A Síndrome do Vídeo (1983) praticamente saem do aparelho de televisão, multiplique por 3D; já em Scanners – Sua Mente Pode Destruir (1981) temos cérebros explodindo. Precisa dizer mais? Tá, em cima de você; e aquele ser (o tal Enigma do Outro Mundo, 82, do título nacional) que mata tudo e todos numa base no meio do nada (mas com muito gelo) já vale uma terceira dimensão, não é?

6. Medo, muito medo:

Já imaginaram os passeios de velocípede pelos corredores do Hotel, as gêmeas aterrorizantes, a perseguição de Jack Nicholson, em especial a cena do machado. Se O Iluminado (1980) já é aterrorizante assim, em 3D então; No original A Hora do Pesadelo (1984) as garras de Freddy Krugger saltariam da tela direto no corpo de suas vítimas. Mas sua refilmagem, prestes a estrear, não entrou na onda 3D; hoje já sabemos que Chuck se assumiu até como auto-paródia, mas se em sua primeira aparição (O Brinquedo Assassino, 1988) assustou meio mundo com suas brincadeiras mortais, o sangue gelaria mais se o encarássemos tridimensionalmente; e Poltergeist – O Fenômeno (1982)? A televisão, as assombrações, a paranormalidade da garotinha e, ao final, uma grande luta entre o bem e o mal. Em 3D ia ter gente surtando direto para o hospital...

5. Diversão:

Em Os Goonies (1985), a sua louca busca pelo tesouro do pirata Willie Caolho pularia da tela e o doce Sloth seria muito mais assustador (a principio); se as plantas carnívoras (e cantoras) de A Pequena Loja de Horrores (1986) provocaram perturbação geral, em 3D seria ainda mais perturbador, mas igualmente prazeroso; seria a maior diversão ver os Gremlins (1984) mais reais, mais loucos! E os fofinhos Gizmos também não seriam esquecidos. Mas lembrem-se, só não pode dar comida depois de meia-noite e nem molhá-los!

4. Fantasmas:

Se em Os Fantasmas se Divertem (1988), nós podemos nos divertir também, em 3D as brincadeiras de Beetle Juice ficariam ainda mais absurdamente bacanas; Mas delírio total seria acompanhar os ícones Os Caça-Fantasmas I & II (1984; 1989) às voltas com os mais esquisitos e divertidos fantasmas e suas tentativas de pegá-los, que o diga Geléia (no primeiro) e o Homem de Marshmellow (especialmente no segundo);

3. Heróis:

Se no primeiro Batman (1989) temos o embate entre nosso herói e o Coringa (Jack Nicholson), multiplique esse problema por três e adicione poderes extraordinários; assim Superman II (1980) enfrenta um trio de criminosos do extinto planeta Krypton que estava confinado na Zona Fantasma. Em terceira dimensão, os dois embates seriam ainda mais mágicos, principalmente no segundo caso;

2. O Futuro do Passado ou o Passado do Futuro?

São tantos os momentos que poderíamos enlouquecer nos dois De Volta Para o Futuro (1985; 1989) ... Voltas de skate (com rodinhas ou no ar), as viagens no tempo, o DeLoeren voador, Tubarão 19 no futuro... Todos os filmes mereciam um belo 3D e um plus Imax!

1. Filmes de Spielberg:

Toda a Trilogia Indiana Jones, é claro! Em Os Caçadores da Arca Perdida (1981), como bem lembrou Pablo Villaça, seria espetacular fugir (com os olhos) da gigantesca pedra redonda rolando de encontro ao público; em Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984) em 3D nos daria a honra (e a emoção) de dar uma voltinha espetacular nos carrinhos da mina; em Indiana Jones e a Última Cruzada (1989) poderíamos acompanhar de pertinho o jovem Indiana e sua luta para salvar a Cruz de Coronado, seu primeiro contato com o chicote e o pavor das cobras; com E.T – O Extra-Terrestre (1982) o ápice seria voar de bicicleta na clássico cena;

Menção Especial: Se Martin Scorsese imprime uma técnica sem igual ao nos colocar praticamente dentro de lutas de boxe em Touro Indomável (1980), multiplique agora pela terceira dimensão. Maxilares de espectadores quebrados? Bem capaz.

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Daniel Herculano é crítico de cinema formado em cursos com Pablo Villaça (Cinema em Cena), Ruy Gardnier (Jornal O Globo) e Joaquim Assis (roteirista). Graduado em Comunicação Social, é publicitário, produtor musical e assessor de comunicação. Atualmente escreve sobre cinema para a coluna semanal Script no O Povo On line, de Fortaleza-CE, a Revista O Grito, de Recife-PE, e o blog Script no Blogueisso!

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