sexta-feira, 27 de abril de 2012

Top 5 - Vídeo-montagens!!

Hoje é sexta-feira e resolvi postar as 5 vídeo-montagens que eu mais gosto!!! Sou apaixonada por edição e por cinema, então AMO essa mistura fantástica que só um editor muito criativo é capaz de fazer!! =)

Montagens pra animar, fazer rir ou emocionar...são todas uma bela homenagem ao cinema e à arte de iludir!!! =) Amo demais!

Anime-se! É sexta-feira!!! =)

1. Dancing at The Movies


2. Comercial Megapix - Dança do Créu


3. Looking at you


4. Comercial Telecine - Samba


5. Chaplin Stereo Love


Extra: Uma linda história de amor by Ally Collaço! 

Essa eu fiz pro meu casamento, durante a tradicional 'valsa' dos recém-casados!!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O feitiço virou contra o feiticeiro?


“Quem nunca coloca a televisão num canal comercial, nas noites de canseira, quando não agüenta mais ser culto, cinéfilo e esteticamente correto?” (Bergala, 2008, p.69)

Exatamente! Às vezes estamos cansados de pensar, refletir, raciocinar e resolvemos 'anestesiar' nossas mentes com programas de televisão. A maior parte da grade de programação da TV aberta no horário nobre, principalmente nos finais de semana, quando as pessoas assistem mais televisão, são recheadas de programas 'vazios e superficiais', como Faustão, Gugu Liberato, CQC, Pânico na TV, Sílvio Santos e afins. São quase 24h de pegadinhas, culto à celebridades, entrevistas supérfluas, jogos por dinheiro, palhaçadas, imitações, etc. E muitas vezes, são engraçados, divertidos, mas em outros momentos provocam revolta e uma 'vergonha alheia' enorme da humanidade, ferem nossa ética e moral!

Dedicar parte do nosso tempo para algumas risadas, quando esgotados mentalmente, não parece ser o problema, mas e quando se ocupa o tempo todo com isso? Quando nos escravizamos por novelas, séries, ídolos, músicas, como se não houvesse nada melhor para fazer e viver?! Que gosto é esse que estamos formando e 'ditando' o que consumimos?

Domingo eu estava zapeando pela tv (fechada) em busca de algo que pudesse 'tapear' minha insônia, mas só haviam reprises de seriados, coisas desinteressantes, filmes que já havia visto, e acabei parando para rir com algumas pegadinhas do Sílvio Santos, que logo se esgotaram, e depois parei no canal da Band, quando o Pânico na TV exibia uma panicat que deveria escolher entre ficar careca ou com moicano, para mostrar o espírito de uma panicat. Uma verdadeira humilhação para uma mulher, que desnecessariamente ficava careca!

Quando existia a mulher samambaia, eu até achava engraçado, porque fazia alusão às dançarinas dos programas de auditórios, presentes em todos os canais de televisão aberta, que nada fazem além de dançar, exibir o corpo e contribuir para a audiência do público masculino. Verdadeiras samambaias, enfeites, totalmente substituíveis! Valia a pena uma reflexão 'visual'!

Mas a proposta mudou, e como os programas que ridicularizava, o Pânico na TV passou a ter suas próprias dançarinas, as panicats. Mulheres em busca de fama e dinheiro, apenas exibindo sensualmente seu corpo e sofrendo as mais diversas humilhações, apenas para fazer o público rir e dar mais audiência. Mulheres se dispondo a reforçar ainda mais a imagem de 'objeto', em uma sociedade ainda machista e patriarcal. 

Talvez o Pânico na TV já tenha sido uma espécie de 'mal necessário', desmascarando os bastidores da televisão, problematizando o culto às celebridades, meros mortais, através das discussões de temas e reportagens politicamente incorretas, além de explorar a cultura popular e valorizar um público, sempre esquecido e marginalizado pela mídia.

Porém hoje, o pouco que havia de inteligente em sua proposta inicial, se perdeu. Ao conquistar um grande público, o programa passou a buscar audiência, extrapolando todos os limites possíveis de respeito, educação, ética, moral e bom senso, constrangendo desnecessariamente qualquer celebridade, explorando matérias com apelo extremo ao sexo e humor, sem qualquer critério ou uso de um jornalismo sério. E quanto mais audiência, mais dinheiro para financiar toda essa palhaçada!!

Wagner Moura, vítima recente do programa Pânico na TV, escreveu um texto bacana, refletindo sobre essa banalização da tv. "O que vai na cabeça de um sujeito que tem como profissão jogar meleca nos outros? É a espetacularização da babaquice. Amigos, a mediocridade é amiga da barbárie! E a coisa tá feia."

E nossas crianças estão vendo tudo isso! Construindo suas identidades e valores, a partir da ridicularização do outro. A valorização do 'bullying' de forma extrema! 

O filósofo da educação Jerome Bruner diz que a narrativa é “um modo de pensamento e uma expressão da visão de mundo de uma cultura. É por meio de nossas próprias narrativas que construímos principalmente uma versão de nós mesmos no mundo, e é por meio de sua narrativa que uma cultura fornece modelos de identidade e agência de membros."  

Se as narrativas televisivas de maior audiência estão explorando a ridicularização do outro e instigando o riso, o que esperar de crianças e jovens, que aprendem muitas coisas por imitação, e acabam reproduzindo o que conhecem e consomem? O que elas estão e estarão imitando e reproduzindo de nossa cultura e sociedade? Que gosto elas estão formando pelas coisas e pessoas?

O riso e alegria são necessários, mas também devem ser discutidos e problematizados se agredirem nossos valores e princípios. Qual o limite de nós mesmos? E se em casa ou espaços de lazer essa discussão não estiver acontecendo, talvez só na escola o exercício do 'pensar sobre o pensar' seja possível. 

O problema não está só no que é oferecido pela televisão, afinal somos nós que ligamos e 'escolhemos' o que assistir, financiando de certa forma, toda essa ridicularização. O problema está na falta de reflexão, nos critérios de escolha, no senso crítico, na transformação do gosto e talvez aí, da televisão.

É preciso educar nosso gosto, transformá-lo, para talvez se transformar como público e então transformar a própria televisão!

Acho que o primeiro passo é admitir para si mesmo o próprio gosto. E eu admito: já dei muita gargalhada com a ridicularização do outro. Mas ao estudar, refletir, pesquisar, passei a me envergonhar do meu próprio gosto. Deixei de me interessar por várias coisas (futebol, BBB, Pânico, novelas) e passei a me interessar por várias outras (revistas científicas, telejornais, livros, filmes cult). Mas transformar o gosto é um processo a longo prazo, nem sempre porque queremos. É preciso esforço, dedicação, vontade e interesse! Ou talvez, oportunidade!!

Talvez demore toda uma vida, mas tentar nunca custou nada, não é?!

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Referências:
BERGALA, Alain. A hipótese cinema. Pequeno tratado de transmissão do cinema dentro e fora da escola. Tradução Mônica Costa Netto, Silvia Pimenta. Rio de Janeiro: Booklink ; CINEAD/LISE-FE/UFRJ: 2008.

Bruner, Jerome. A cultura da educação. Trad. Marcos A. G. Domingues. Porto Alegre: Artmed Editora, 2011.

Wagner Moura e o Pânico na TV. Acesso em abril 2012. Disponível aqui.

terça-feira, 24 de abril de 2012

"American Pie - O reencontro" de Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg 2012


Assistir "American Pie" foi realmente um reencontro comigo mesma e com uma série (considere apenas os 3 primeiros filmes e este último) que marcou gerações!!

Ainda que aborde o ponto de vista masculino, a abordagem humorada da sexualidade humana é bem sucedida já na década de 90, quando narra as peripécias adolescentes em suas descobertas sexuais (descoberta do corpo, experimentação, masturbação, sexo oral, a primeira vez, primeiros amores e amassos, exposição virtual, etc.).

Nos outros dois filmes, a sexualidade continua sendo protagonista, abrangendo os desafios de ser estudante universitário e ter (ou não) uma vida sexual ativa, além de tocar suavemente nos temas da homossexualidade (feminina), erotismo, sexo entre pares com idades bem diferentes (Stifler´s mom; Jimmy´s grandmother), etc, e também os desafios do casamento, a monotonia (ou não) sexual e a descoberta do amor.

Esta versão atual, que acompanhou o amadurecimento das nossas gerações, resgata os personagens do primeiro filme e se aproxima dos problemas contemporâneos, da insatisfação ou infelicidade profissional, as memórias afetivas, a monotonia do casamento com (ou sem) o nascimento dos filhos, a 'viuvez', entre outros assuntos, que bem mediados podem ser ótimos pontos de partida para discutir a sexualidade "contemporânea".

"American Pie - O reencontro", assim como nos outros filmes, abusa de clichês narrativos e se agarra ao humor, mas consegue ser bem sucedido em sua proposta e pode servir tanto como entretenimento puro (boas risadas), mas também como reflexão da sexualidade humana, através dos períodos que vivemos em nossas vidas, retratados pelos múltiplos personagens da trama. 

Com quem você se identifica? =)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Top 5 - Séries favoritas!!

Já faz um tempo que postei sobre minhas séries favoritas. Por isso, resolvi atualizar esta lista com as mais novas séries 'do pedaço'. 


Nas quartas-feiras, reservo (se possível) o horário das 23h (Universal Channel) para SMASH, (dirigido por Michael Mayer e produzido pelo 'monstro' Steven Spielberg) uma série-musical sobre os bastidores de um musical da Broadway sobre a diva Marilyn Monroe. As personagens Ivy (Megan Hilty) e Karen (Katharine McPhee - ex-American Idol) disputam os papéis da diva e a partir delas, conhecemos este universo fantástico e eclético dos musicais: as dificuldades da produção, os workshops, a relação elenco-diretor, os meios e inícios de carreira, o processo de criação, os patrocínios, o nascimento de uma estrela, as relações extra-conjugais, etc. Muito bacana e recomendo!!


Outra série nova e muito interessante é ONCE UPON A TIME (dos criadores de LOST), Canal SONY, 21h - quinta-feira, que gira em torno dos clássicos contos de fada (Chapeuzinho Vermelho, Pinóquio, Branca de Neve, etc), onde a Rainha Má lança uma maldição para acabar com os finais felizes das histórias, e a personagem  Emma Swan (Jennifer Morrison), filha da Branca de Neve é a única salvação.

Com a atual febre hollywoodiana pelos contos de fada, resgatados (e modernizados) no cinema, parecia inevitável o lançamento de uma série com essa abordagem!! Só assisti o Ep. 1, mas já estou apaixonada!!


Minha série favorita das madrugadas, LAW&ORDER - SVU,  na Universal Channel aborda casos de vítimas especiais (crianças, jovens e mulheres) como pedofilia, estupro, sequestro, etc. e mostra a relação da investigação dos policiais com o trabalho dos promotores de justiça. Cada episódio explora um tema e caso, normalmente resolvido. 

Apesar da justiça brasileira ser bem diferente, é super interessante analisar os pontos em comum com nossa realidade e as fragilidades do sistema de justiça, que nem sempre atende todas as necessidades da sociedade.


Outra série bacana que assisto de vez em quando, é CRIMINAL MINDS, sobre a Unidade de Análise Comportamental, exibida no Canal AXN, um esquadrão de elite do FBI, com sede em Quantico, Virgínia, que analisa as mentes criminosas do país e tenta antecipar seus próximos movimentos. Seu diferencial é focar mais no comportamento criminoso do suspeito ao invés dos crimes.


E por fim, a série THE GOOD WIFE, também exibida na Universal Channel, que foca na vida da advogada e ex-dona-de-casa Alicia Florrick (Margulies), esposa do promotor Peter Florrick (Noth), envolvido num escândalo sexual e de corrupção divulgado pela imprensa. Ao se deparar com a humilhação de uma traição, ela recupera a auto-estima e retorna a seu antigo trabalho de advogada para reconstruir sua reputação e sustentar seus dois filhos. É a tal 'volta por cima' das mulheres enganadas e desvalorizadas!!

Semelhanças com escândalos reais não são mera coincidência!!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

"Xingu" de Cao Hamburguer 2012


"Ir onde ninguém foi. Pisar onde ninguém pisou. (...) Mas tudo que podíamos fazer era chegar antes." (ou algo assim) é a fala final de Cláudio Villas Boas (João Miguel).

'Chegar antes', às vezes, é a única opção que nos resta para muitos dos problemas sociais que vivenciamos diariamente. 'Evitar', 'preservar', 'tentar'...

O filme é uma interessante forma de conhecer parte de nossa história, numa época de exploração (brutal) de novas terras e contato com uma 'nova' cultura, ainda não 'civilizada' dos índios brasileiros, realizada 'pacificamente' pelos irmãos Villas-Bôas em busca de aventura (perspectiva do filme).

A narrativa é sutil, delicada, sem exageros ou excessos, até romântica talvez, para falar de um assunto sério, triste, vergonhoso e ainda atual. As negociações por terras, a luta para preservar as tribos, os romances, a exploração da força de trabalho e das 'novas' terras, tudo sutil, fragmentado, quase poético, ainda que contado de forma linear.


Será que teria sido possível preservar a cultura indígena sem o Parque Nacional do Xingu? Ou teria sido possível preservar tribos intocadas, se homens 'instruídos' como os Villas-Bôas não tivessem 'interferido' no processo e sido usados para negociações pacifícas?!

Qualquer posição gera um pouco de polêmica, mas eu prefiro pensar que o pouco que se tem, às vezes é melhor que nada! Em terra de 'ninguém', quem tem olho (ou um parque) é rei!

E aqui neste post, não me detive aos detalhes técnicos (bela fotografia, atuações convicentes, mas contrastantes, direção de arte bacana), mas apenas à reflexão triste que ficou ao final do filme, onde meus olhos se embriagaram de lágrimas ao ver o que nós 'homens civilizados' estamos fazendo em prol do (re)progresso, sempre às custas de destruição. O que fizemos dos nossos índios? O que fizemos com nossa cultura? O que fazemos conosco diariamente?

E falar de 'nossa cultura' não é apenas falar do passado dos índios, mas da nossa cultura própria, de nós mesmos, nosso eu interior, invadido cada vez mais pelo consumismo e alienação geral. Comprar cada vez mais, pensar cada vez menos.

Como sempre, o problema está em não refletir sobre nada, apenas agir e viver achando que não temos relação nenhuma com o problema dos outros, seja de fome, violência, educação, droga, corrupção e muitos outros afins. Cada um no 'seu quadrado' e só.

Ir ao cinema, prestigiar um filme nacional, já considero um primeiro passo, (até pra mim) uma atitude diferente, ainda que o filme tenha sido feito dentro dos padrões mercadológicos da nossa própria (ainda tímida) indústria cinematográfica. (sempre os patrocinadores, que financiam a produção cultural, mas também o consumo!)

Antes conhecer um pouquinho da nossa história e cultura, do que esvaziar nossas mentes (como sempre fazemos e gostamos de fazer, admito) com filmes superficiais de ação, romance e comédia.

'Xingu' é um filme necessário, não prazeroso, mas necessário. Com o pouco que é (se não muito), no mínimo nos faz pensar! Consumir menos, afinal sempre seremos seres necessariamente consumidores de algo, mas pensar mais, muito mais!! =)

Blog do filme aqui.
Site oficial aqui.
Trailer aqui.

Filmes do mês: abril 2012

São atualizados no decorrer do mês. 

07T-"Sexo sem compromisso" de Ivan Reitman 2011 (2)
06T-"Paranóia" de D.J. Caruso 2007 (3)*
05C-"Titanic 3D" de James Cameron 2012 (2)*
04T-"American Pie 3 - O casamento" de Jesse Dylan 2003 (3)*
03T-"Sem licença para dirigir" de Greg Beeman 1988 (2)*
02C-"Xingu" de Cao Hamburguer 2012 (3)
01C-"Espelho, espelho meu" de  Tarsem Singh 2012 (1)


*Filmes Revistos 

Organização: Ordem crescente - em números.
Nome do filme + diretor + ano.
Códigos: X (internet), B (baixado), C (cinema), D (dvd acervo pessoal), L (locadora), T (tv), M (mestrado)


Notas:

(0) dispensável
(1) ruim ou fraco
(2) razoável
(3) bom - técnica ou emocionalmente
(4) muito bom - rolou um punctum
(5) excelente - marcou minha vida
(P) prazer culpado (tecnicamente ruim, mas adorei)