Um tiro na noite abriu a mostra de Cinema Contemporâneo do Cineclube Rogério Sganzerla - Cinema UFSC - 2007/02.
Após a sessão, ocorreu um tímido debate, onde consegui formular algumas questões e onde ouvi várias outras interessantes.
Ainda sei pouco sobre De Palma, pois vi pouca coisa do que ele já fez. Acredito que para conhecer bem o trabalho de qualquer cineasta, deve-se ver seus filmes e com base nisso, traçar características comuns e um estilo presente. Não basta apenas ler sobre o cara, tem que estudar seu trabalho, e acho que se estuda, vendo muuuitos filmes.
Enfim, concordo quando alegam que De Palma fez várias referências a Hitchcock em seu filme. Mas o que achei mais em comum mesmo, foi o clima de tensão e suspense que o filme nos conduz em sua trama. Não conseguimos prever o que vai acontecer, e muitas vezes ficamos surpresos. "Será que ela vai conseguir fugir?! Será que ele vai chegar a tempo?!" Além de características psicológicas dos personagens, apresentadas sem explicações. Porque ele é psicopata?! Nada indica esse porquê, apenas suas ações e atitudes. E acredito que isso se faz presente nos filmes de Hitchcock, como Janela indiscreta e Psicose.
Achei o filme muito bom, mesclando humor, suspense e tensão. A trilha contribuiu para essa construção e os movimentos de câmera também.
Os personagems se apresentam de forma esteriotipada como o herói frustrado, a loira sexy e ingênua (pra não dizer burra) e o psicopata obsessivo. Além de outros personagens.
O cineasta parece ter sido influenciado pelo contexto histórico em que se encontrava no momento para construir a trama. (Conspiração e assassinato de John Kennedy).
A seqüência inicial de Blow out (o filme dentro do filme), soa como uma satirização de Psicose com a famosa cena da faca. Isso me leva a refletir que é normal, quando um filme novo com uma idéia nova, e faz sucesso, a tendência é que hajam várias cópias desse sucesso, numa tentativa de atingir o mesmo, mas se tornam apenas tentativas frustradas, no caso dos filmes B. De Palma parece fazer esse tipo de referência, já que se considera um grande fã e seguidor de Hitchock.
Essa cena se torna importante também, a partir do momento em que ela abre e fecha a trama, pois a seqüência do filme se dá quando Jack, editor de som, precisa captar sons para um filme e por acaso, grava o som do acidente do governador e sua amante, que resultará numa obsessão em provar o que realmente aconteceu e na tentativa de não cometer erros do passado.
Enfim, Blow out é uma boa dose de suspense com muito humor e tensão.
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