quarta-feira, 25 de agosto de 2010

"Os deuses devem estar loucos" I e II de Jamie Uys 1980 e 1989


Recentemente precisei de um trecho do filme "Os deuses devem estar loucos" de Jamie Uys 1980, para exemplificar a construção de significados e diversidade cultural, numa palestra na semana de planejamento na Escola onde trabalho. Exibi um trecho do youtube e foi um sucesso!
Diante da curiosidade em rever na íntegra este clássico da sessão da tarde, resolvi adquirir uma cópia em dvd e me deparei com um problema: o filme saiu de catálogo e se esgotou no Brasil. Não encontrei uma cópia sequer no mercado online, e vaguei em diversas lojas, na esperança de encontrar uma cópia esquecida, mas não tive sucesso. Até encontrei duas ofertas no todaoferta, das quais não senti confiança e depois de dois meses de busca, meu noivo encontrou uma cópia nos EUA, no amazon.com, com legenda em português e chegou semana passada pelo correio.
Passei o final de semana assistindo e digo: vale a pena ver de novo!
Com as limitações técnicas da década de 80, o filme preserva o que tem de melhor: a simplicidade em apresentar os contrastes culturais entre membros de uma tribo africana e o "homem" urbano europeu.
Os dois filmes são ambientados no Kalahari, deserto localizado no Sul da África, onde somente a tribo dos bosquímanos consegue se adaptar e conviver amigavelmente, sobrevivendo diante da escassez de água.
No primeiro filme, o personagem Xi, encontra uma garrafa de coca-cola, culturamente desconhecida para ele, que inicialmente é bem recebida na tribo, como um presente dos deuses, mas que posteriormente é vista como motivo de desentendimento e vergonha entre o grupo. Xi resolve devolver o "presente" aos Deuses, embarcando numa jornada de contrastes e diversidade cultural.
Já no segundo filme, os filhos de Xixo se deparam com a curiosidade de conhecer o novo, seguindo as "pegadas" de um caminhão de exploradores de marfim, e Xixo precisa resgatá-los, seguindo os rastros deixados, tendo que lidar com as limitações de quem não sabe sobreviver num ambiente tão árido, mas considera-se extremamente civilizado.
A simplicidade de Xixo é cativante e nos faz questionar nosso modo de viver.
A sociedade contemporânea não parece disposta a abrir mão de todo conforto e tecnologia disponível, mesmo que resulte em desigualdade social, miséria, desgaste dos recursos naturais e superexploração do planeta, talvez por isso, o preço a ser pago seja tão alto!

Um comentário:

Anônimo disse...

As pessoas tendem a esquecer suas origens, mas o destino nos traz de volta a nossa realidade, de onde viemos, nos mostrando que temos que guardar vivas as nossas memórias afim de garantir a sobrevivência da espécie humana.
Este filme é de grande importância cultural no sentido de resgatar os costumes e garantir a sobrevivência em regiões remotas do planeta TERRA.