terça-feira, 27 de maio de 2008

"Ladrão de sonhos" de Jean-Pierre Jeunet e Marc Caro 1995

A parceria de Jean-Pierre Jeunet e Marc Caro se faz presente no inesquecível "O fabuloso destino de Amélie Poulain - 2001", mas neste filme o universo é ainda mais imaginário.
Vendo o making off, chamou-me a atenção Caro afirmando que para eles o cinema é manter acesa a chama da imaginação.
"Ladrão de sonhos" é uma reflexão sobre a imaginação, tão presente nas crianças, que muitas vezes parece se perder quando nos tornamos adultos. Esta metáfora se encontra numa das cenas do filme, quando envelhecer significa "parar de sonhar".
Numa ambientação completamente imaginária, mórbida, triste, apenas alguns bons sentimentos de One e de uma rebelde garotinha parecem "aquecer" um cenário tão surreal e deprimente.
Krank, que é incapaz de sonhar, seqüestra crianças e tenta roubar seus sonhos, mas só consegue extrair pesadelos. Krank poderia ser uma metáfora do envelhecimento e da incapacidade de sonhar depois de um certo tempo, pois seria impossível sonhar o sonho dos outros.
Uma das crianças seqüestradas é o irmãozinho (comilão) de One, que apesar de adulto é extremamente doce, mas envolto por músculos e força física. Embarcando no resgate do irmãozinho, ele contará com a ajuda de crianças orfãs, exploradas por 2 irmãs siamesas e malvadas, e com um caçador de baleias, que se revela o criador das criaturas imperfeitas, incluindo Krank (e os clones, a princesa anã e o cérebro falante).
É um filme estranho, mas com uma profunda crítica ao universo humano. É como um sonho instigante, que nos incomoda, mas não queremos que acabe.

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