terça-feira, 4 de março de 2008

Porque eu ADORO BBB!

Pergunto ao meu redor quem acompanha o BBB8 e são poucos os que demonstram interesse, raros aqueles que realmente gostam!

Convivo num ambiente acadêmico, trabalho com pessoas de nível acadêmico e percebo que programas como esse, são discriminados, ridicularizados e descartados como forma de análise.

Quando encontro alguém pra conversar, o que é raro, ou apenas vê para passar o tempo (já que não tem TV a cabo) ou faz parte daquele público de aparente desinteresse intelectual, típicos amantes de novela, seriados globais e afins.

Há 8 anos atrás, BBB era um programa que me irritava e não me interessava, mas passei a analisá-lo de outra forma e hoje ele distraí minhas horas vagas, quando estou em casa. Quando não posso acompanhar, entro num blog fiel ao programa desde que surgiu, que tasca críticas e comentários a partir do que acompanham pelo paperview.
Também revejo as edições, criando paralelos e contrastes entre diferentes análises do tal "jogo".
Apesar de BBB parecer apenas algo para entretenimento e marchading, o que não nego que seja, vejo algo além disso.

Vejo um grande laboratório humano, repleto de estereótipos da nossa sociedade (e de qualquer outra, mas inserida no nosso universo cultural), personagens de nós mesmos, que sim, atuam, como nós, perante situações da vida.

Porque não ver cada participante como personagem fictício de uma grande história, de um grande jogo, que é o que eles acabam se tornando, pois interpretam a sim mesmos (rejeitando teorias da conspiração) e se tornam famosos por estes mesmos papéis! São "atores" que interpretam a si mesmos! Não é uma tarefa muito fácil.

BBB não é brasileiro apenas, é uma receita de reality show vendido e presente no mundo. É um grande jogo, onde as peças são seres humanos que precisam resistir a desafios e o maior deles, a convivência entre até então, meros estranhos. É mascarar seus defeitos até o último momento ou deixar sua máscara cair em favor do jogo.
Que papo Pedro Bial, certo?!



Mas argumento mais. Como tenho algum conhecimento em edição, gosto de analisar a forma como eles montam (edições) e influenciam fatos como (aparentemente) aconteceram. Como manipulam falas de diferentes momentos, dando sentidos totalmente diferente às palavras e frases. Como conseguem destruir ou vender a imagem de algum "personagem". E a velha teoria da conspiração: será que tudo aquilo não é manipulado?!

Já tentei encontrar pistas da minha teoria, de que cada um recebe um "papel" e precisa interpretar de acordo com as características que recebem. São dirigidos, manipulados e encaminhados premeditamente para cada situação. Uma espécie de pré-roteiro, onde eles precisam dar material para edição. Às vezes, pela péssima atuação de alguns, tenho certeza da teoria, mas em outros momentos, parece tão real o que eles transmitem, sentem.

Ah! Como eles conseguiriam ser tão bons por tanto tempo?

E os atores de "linha direta", de propagandas, atores que vivem disso por anos mas sempre permanecem anônimos?! E não deixam de ser bons no que fazem. Quem disse, que por ser bom, torna-se sempre famoso?!

Os participantes passam por testes não?! São selecionados de acordo com certas qualidades, e pelo que parece, a principal é "Mostrar-se totalmente vulnerável, disposto a todo tipo de situação, confinado, humilhado, esfomeado, carente, testado, pressionado, pra talvez, lá no final ganhar 1 milhão de reais, ou no mínimo, seus 15 minutos de fama." Ou quem sabe, na melhor das hipóteses, já que somos feito de esperança e ambição, levar a programas de rádio, novelas globais, revistas masculinas, entrevistas, ou seja, uma mudança radical de vida, vivenciando pelo menos alguns minutos, horas, dias, meses, quem sabe anos, do que astros vivem por quase uma vida inteira." Não ser apenas um zé-ninguém, mas alguém que inspirou outra pessoa, pelo menos, uma única vez. Afinal a morte de uma pessoa não está na ausência da sua presença física, mas sim da morte de sua simples presença, de ficar esquecida, ou melhor, nunca mais lembrada.

Me empolguei....vamos aos estereótipos:

Jaqueline
- a típica gostosona que sabe que é gostosona. Personalidade forte, completamente segura do que é e do que quer. Afugenta os homens e as mulheres. (só pra constar, pois não tivemos muito contato com ela, foi a primeira a sair).

Alexandre
- o típico sertanejo apaixonado. (sem mais).

Galego
- estudante de medicina, ego inflado (típico de estudante de medicina), encarou o BBB como um desafio de vida, já que cursar medicina já é um grande desafio. Teve que passar por uma experiência assim, para largar de vez a opção de uma vida arriscada (que lá no fundo tinha vontade de ter), por uma vida sólida e estável. (ou não)

Thalita
- fala o que realmente pensa, mas se arrepende. Tem dificuldades de aceitar e assumir os próprios erros. Já teve a auto-estima muito baixo quando foi obesa, e por isso, acaba sendo instável. Cheia de complexos.

Bianca
- a típica eterna adolescente. Fala como criança, tem atitudes infantis. É maria-vai-com-as-outras. Porém, tenta passar autenticidade através da aparência.

Fernando
- o típico filhinho da mamãe, machista, mas com bons princípios. Valoriza o "ser" mulher. Possessivo, tradicional e preocupado com a aparência e com a reputação. Provável bom marido, bom pai, bom profissional, mas jamais espere que eles supere qualquer expectativa. Previsível.

Felipe
- o típico sonhador. Tenta ser amigo de todos, consegue se posicionar, mas foge da raia. Não consegue confrontar as pessoas, mesmo que queira. Possui baixa auto-estima.

Marcelo
- a típica pessoa que confronta os outros pelo que são, e força-os a se mostrarem, desrespeitando a opção deles da maneira como eles lidam consigo mesmos e com as escolhas e situações. Finge que é homossexual por estratégia de jogo, pois desde quando gay que assume, fica balançado por mulher?! Ser homossexual não é uma escolha.

Marcos
- o típico amigo de todos. Não gosta de confrontos, tenta agradar a todos e não tem coragem de assumir (e nem quer) o que realmente pensa. Aquele bom amigo para contar, mas não para receber conselhos. Apenas um amigo para "passar a mão na cabeça".

Thatyana
- típica adolescente/adulta que ainda não aceitou o fato. Continua agindo como adolescente. Acredita que todos devem aceitar o seu jeito, mesmo esquecendo e desrespeitando o espaço do outro. (o ouvido, pra ser mais clara). Há a possibilidade de ser homossexual, mas ainda precisa refletir sobre. Ter amigos e beijar garotas não denunciam que seja, apenas ajudam a fortalecer sua sexualidade. A fé em Deus guia sua vida.

Juliana
- a típica equilibrada (até demais). Não se abala por nada. Não se mostra como exatamente é. Fechada, até que se sinta a vontade para mostrar um pouco de si. A menina que se faz de santa, mas não é.

Rafinha
- o típico eterno adolescente. (Se fosse bom mesmo como cantor, teria cantado com o Capital Inicial.) Inconstante, observador, instável e ainda sem rumo na vida.

Gysele
- observa, reflete e pensa bastante, mas se preserva. Prefere guardar o que pensa para não se prejudicar. (ou porque assassina o português..hahaha não resisti). Parece menina, mas a vida já tratou de transformá-la mulher. Sincera com o que sente.

Natália
- a menina-mulher. Não tem tanta noção da beleza e do que pode conseguir com ela, pois mantém maus-hábitos aos olhos da sociedade. Se ama e se orgulha do que é. Espontânea e transparente. Assume seus defeitos e é sincera aos seus sentimentos.

Possível ou não de haver alguma identificação?
Eu, pelo menos, tento, como num filme qualquer.

Um comentário:

Anônimo disse...

Conheço muita gente que gosta do BBB e se diverte com o programa.
Eu particularmente acho que o BBB8 é um momento "cultural", desligo a TV e vou ler um livro. :P
Mas cada um gosta do que quer né!?
auhuah
Ótimo blog ally,

Nano.