segunda-feira, 31 de março de 2008
Filmes do mês - março
-Jogo de intrigas de Tim Blake Nelson 2001 (2)
-Viagem à lua de Georges Méliès 1902 (obrigatório)
-Prenda-me se for capaz de Steven Spielberg 2002 (4)*
-Politicamente incorreto de Warren Beatty 1998 (4)*
-10.000 a.C. de Roland Emmerich 2007 (3)
-Mansão mal-assombrada de Rob Minkoff 2003 (2)
-Madrugada muito louca de Danny Leiner 2004 (2)
-Bee movie de Steve Hickner 2007 (2)
-Em pé de guerra de Craig Gillespie 2007 (1)
-Medo da verdade de Ben Affleck 2007 (1)
-Antes de partir de Rob Reiner 2007 (2)
*Revistos (0)-horrível; (1)-ruim; (2)-razoável; (3)-bom; (4)-muito bom; (5)-excelente
terça-feira, 25 de março de 2008
Sessão Pipoca
segunda-feira, 24 de março de 2008
"História do cinema brasileiro"
1ª Época: 1896-1912
1896- Chegou no Brasil o Omniografo
1897- Primeiras semana – cinematógrafo no Rio de Janeiro, Petrópolis e São Paulo.
-Essa nova invenção era utilizada por artistas ambulantes e estrangeiros com conhecimento mecânico.
1897 – Dia 31 de julho abre o “Salão de Novidades” no Rio de Janeiro. A primeira sala de exibição/projeção de “vistas animadas”. O dono era Paschoal Segreto (família italiana). Depois o salão passou a se chamar “Salão Paris no Rio”. E o irmão de Paschoal, Afonso Segreto, era responsável por ir a Europa buscar filmes e equipamentos novos.
1898, 19 de junho, Domingo - Num dos retornos da Europa, no paquete francês “Brésil”, Afonso trazendo uma câmera de filmar, registra imagens da Baía de Guanabara e assim nasce o cinema brasileiro.
- Os primeiro filmes eram considerados “vistas nacionais”
“Salão Paris no Rio” – incêndio em 1898 e reabre em 1899. Até 1903 os Segreto eram os únicos exibidores.
Afonso foi pra Itália e nunca mais se ouviu falar dele.
1907, março – Instala-se a Usina de Ribeirão das Lages no RJ. Até então a eletricidade era escassa no país.
Instalam-se 20 novas salas de exibição de filmes. E começam a investir na importação, exibição e produção de filmes.
Destacam-se os estrangeiros produtores no Brasil, pioneiros do cinema:
Italianos: José Labanca e Jácomo Rosário Staffa (bicheiros)
Franceses: Marc Ferrez e filhos (fotógrafos)
Alemão: Guilherme Auler (fabricante de móveis)
Espanhol: Francisco Serrador.
Português: Antônio Leal
Entre 1908 e 1911 – o comércio de exibição e fabricação de filmes é intenso. Até 1907 todas as filmagens eram de assuntos naturais.
1908 – O primeiro filme considerado “posado”, de enredo/ficção é “Os estranguladores” de Antônio Leal.
Por muito tempo ele foi considerado o criador e fundador do cinema brasileiro.
“Os estranguladores” é baseado na história real de um crime que ocorreu. Dois adolescentes ricos que foram estrangulados por uma quadrilha. O roteiro foi escrito a partir do livro “A Quadrilha da morte”. Dividia-se em 17 quadros: 1-Trama do Crime; 2-na Avenida Central; 3-Embarque na Prainha; 4-Na Ilha dos Ferreiros; 5-Primeiro estrangulamento; 6-A procura da pedra; 7-Desembarque em São Cristóvão; 8-O assalto; 9-Segundo estrangulamento; 10-Divisão das jóias; 11-A pega; 12- O informante; 13- Prisão do primeiro bandido; 14-Nas matas de Jacarepaguá; 15-Prisão do segundo bandido; 16-Dois anos depois; 17- Na prisão.
1907, maio. Surge a “Photo Cinematographia Brasileira” – com duração de 2 anos. Considerada uma fábrica de vistas, mas logo começou a produzir filmes de enredo.
Como sucesso de “Os estranguladores”, investe-se em filmes baseados em crimes que aconteceram recentemente.
1908-1911 – Outros gêneros também se destacaram: melodramas, tradicionais, dramas históricos, patrióticos, temas religiosos, temas carnavalescos, comédias e algumas que satirizavam a atualidade política. Até esquetes criticando os costumes da época.
-Antônio Leal e José Labanca se destacaram nesta época.
Os concorrentes são Cristóvão Guilherme Auler e Francisco Serrador, que introduziram o cinema cantanta ou falante. Os atores falavam ou cantavam na exibição do filme, ao vivo.
Existiam também as paródias e surgiram os filmes-revistas, que falavam sobre a atualidade política. Ex. “Paz e amor”.
O eixo principal do cinema até então se concentrava em RJ e SP.
1911 – Começou uma crise no cinema. Pouca coisa foi produzida e começou uma dificuldade para exibir-se os filmes, pois o cinema estrangeiro começou a invadir as salas de exibição.
2ª Época – 1912 a 1922
Destaca-se ainda Antônio Leal.
Surge Paulino e Alberto Botelho – produção de documentário e jornais cinematográficos.
-Continuam os filmes baseados em crimes, mas em menor proporção.
1ª Guerra Mundial, escassez do filme/película. A produção começa a parar.
Mais tarde surgem novos “cineastas”. Destacam-se italianos e alguns brasileiros. Entre eles José Medina e Luiz de Barros permanecem produzindo.
1922-23 – Começam a ser feitos filmes inspirados na literatura brasileira. Entre alguns autores que inspiraram estão: Monteiro Lobato, Olavo Bilac, Aluízio Azevedo, José de Alencar, entre outros.
-Com a guerra, filmes com este teor começam a ser feitos, pois o Brasil teve uma pequena participação.
-O primeiro desenho animado brasileiro é “O Kaiser”.
-Crônica criminal perde espaço, mas se mantém. Valoriza-se então os filmes históricos.
Alguns jovens demonstram interesse pela produção cinematográfica: os cariocas, Pedro Lima, Ademar Gonzaga e o paulista Antônio Tibiriçá.
-Até então os filmes tinham o formato de episódios. (VER OS ESTRANGULADORES)
-A exibição continua difícil, pois o estrangeiro industrializado invade cada vez mais as salas, conquistando os públicos por causa da qualidade.
Cinema entra numa nova crise.
3ª Época: 1923 a 1933
-O cinema brasileiro estava desvalorizado pela crítica e pelo público, mas duas revistas supervalorizavam “Selecta” e “Paratodos”. Os jovens Pedro Lima e Ademar Gonzaga se destacam nessa época.
CICLOS REGIONAIS – Algumas cidades passam a produzir filmes também: Recife, Belo Horizonte, Campinas, Porto Alegre, Curitiba. Destaca-se Pernambuco. “Aitaré da Praia” – cenário brasileiro como pano de fundo. Artesãos e jovens técnicos são os precurssores.
1925- Surge Humberto Mauro, considerado um dos mais importantes cineastas brasileiros. Trabalhou com o cinema mudo. Ex. filmes: “Na primavera da vida”; “Tesouro perdido”; “Brasa dormida”; “Sangue mineiro”.
Destacam-se os cineastas: José Medina, Gilberto Rossi e Canuto Mendes de Almeida.
1928 – Cinema sonoro invade o universo cinematográfico, mas somente em 1933 que o Brasil incorpora a técnica. (5 anos depois).
-Nasce a Companhia Cinédia – a favor do cinema nacional, fazia campanhas.
-Destaca-se Mauro Peixoto com “Limite” e Humberto Mauro com “Ganga bruta”, considerado um dos filmes mais importantes do cinema brasileiro, por possuir um teor inovador.
-A crise e luta por espaço nas salas de exibição continua diante do avassalador cinema estrangeiro. (EUA)
4ª Época – 1933 a 1949
-Permanece Humberto Mauro fazendo filmes, porém volta-se para produção de filmes educativos e documentários.
-Começam os filmes musicais – Surge a comédia carnavalesca, popularmente conhecida como “chanchada”.
-Surge a Atlântida (produtora de filmes), considerada a companhia mais importante do cinema brasileiro.
-Chanchada faz sucesso entre o público, apesar das duras críticas. Permanece pro 15 anos no auge.
-Paródias sobre acontecimentos políticos: golpe comunista; golpe de Getúlio Vargas, golpe contar Getúlio, nossa participação na Segunda Guerra Mundial.
-Surge a Televisão no Brasil, o cinema perde espaço por falta de interesse do público. (CONFIRMAR)
5ª Época – 1950 a 1966
-Companhia Vera Cruz “Cinema brasileiro com padrão internacional”, renegando as chanchadas, propondo um cinema de qualidade. A Companhia tem Alberto Cavalcanti, renomado profissional do cinema francês e inglês. Ex.”Caiçara”
-Humberto Mauro retorna para o cinema brasileiro.
-Surge a produção cinematográfica brasileira com a tentativa de industrializar o cinema, exportá-lo para os outros países, mas enfrenta dificuldades.
-Comédia continuou, destaca-se Genésio Arrudas no papel de Amacio Mazzaroppi, com contribuição para a chanchada, com temas caipiras. Permaneceu no auge por 10 anos.
-Surge Nelson Pereira dos Santos com “Rio 40 graus”, feito entre 1955 e 1959, e Walter Hugo Khouri.
-“Vidas Secas” de 1963 é considerado um dos melhores filmes já feitos.
-Fala-se em cinema contemporâneo, numa tentativa de fugir das “cópias”, do estrangeiro e tentar fazer um cinema autêntico, diferente do que era feito.
-Nesta época Nelson Rodrigues escrevia seus romances escandalosos e Jece Valedão contracenava no cinema urbano.
-É feito “O pagador de promessas”
-Glauber Rocha, baiano, em 1961 faz “Barravento” e “Deus e o diabo na terra do sol”
-Surge o cinema-novo, o questionamento sobre o cinema que era feito.
Diretores que se destacaram nessa época: Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade, Luís Sérgio Person, Ruy Guerra, Leon Hirzman, Carlos Diegues, Sérgio Ricardo, Walter Lima Junior.
-Ainda há, até hoje, a dificuldade do filme brasileiro ser valorizado nas salas de exibição, tanto pelos donos das salas de exibição quanto pelo próprio público. Nosso cinema compete cada vez mais com o cinema estrangeiro e só em um espaço considerável, ainda por intervenção do Estado.
domingo, 23 de março de 2008
"História do cinema"
Nascimento
Em 1907 começou a se pensar em levar o cinema para as classes altas, e os filmes de arte começaram a ser feitos na França.
Nascimento de Hollywood
A França e a Itália eram os países com cinema mais poderoso até década de 10, porém após a 1ª Guerra Mundial, suas indústrias foram destruídas e os EUA passaram a dominar o mercado cinematográfico com o surgimento de Hollywood. Hollywood era uma aldeia, que ficava na Califórnia, pois lá se encontravam dias ensolarados e paisagens que poderiam servir de locação, o lugar perfeito, onde surgiu a maior indústria cinematográfica do planeta.
Foi Hollywood que inventou o Star System, pois via como um grande negócio vender os filmes através das estrelas e astros. Surgem então os grandes estúdios, como Fox, Universal, Paramount, controlados por judeus.
O cinema no mundo
Apesar do domínio de Hollywood, outros países continuaram fazendo filmes.
Na França, após a 1ª Guerra Mundial, surge o cinema impressionista francês ou cinema de vanguarda, destacando-se Abel Gance e Jean Epstein com “A queda da casa de Usher”.
Na Alemanha surge o expressionismo alemão, pois marcados pelos horrores da guerra, os filmes tem uma influência sombria e negativa. Na década de 20, destacam-se Robert Wiene com “O gabinete do Doutor Caligari” (1920), Fredrich Murnau com “Nosferatu” (1922), o primeiro filme sobre vampiros e Fritz Lang com “Metrópolis” (1929), o primeiro filme de ficção científica que lida com robôs.
Na Espanha, destaca-se as técnicas surrealistas (sonhos) de Luiz Brunel com “Um cão andaluz” (1928).
Infelizmente 90% dos filmes do cinema mudo se perderam, pois a maioria possuía nitrato de prata, um composto caro.
A Era do som
Alguns experimentos eram feitos, mas todos falhavam, pois não se conseguia sincronizar o som com a imagem, até que os estúdios da Warner Brothers, de Hollywood, criam o Vitaphone (gravação de som sobre um disco) e lança o filme “The Jazz Singer” (1926), o primeiro musical do cinema com alguns diálogos e músicas misturados com partes sem som.
A propagação do som demorou em outros países por motivos econômicos.
Com o surgimento do som, novas formas e técnicas de se fazer cinema foram surgindo. Os musicais e comédias musicais, os filmes históricos ou bíblicos, filmes de gangsters e westerns. A ficção científica e filmes com duplos sentidos de conotação sexual. Um dos maiores êxitos do início do cinema sonoro e colorido foi “E o vento levou” (1939).
Evolução do cinema
A 2ª Guerra Mundial fez com que a Inglaterra e os EUA produzissem filmes com teor de patriotismo e propaganda de Guerra. Assim como a Alemanha de Hitler também fez. “Casablanca” (1943) foi um exemplo de filme ambientado na guerra mesclando uma história de amor.
Na década de 40, nos EUA, surge Orson Welles com “Cidadão Kane”, inovando com flashbacks (imagens do passado) e da narrativa não-linear.
Na Itália, surge o neo-realismo, que buscava a máxima naturalidade, iluminação natural e atores amadores, com fortes críticas sociais. Destaca-se Vittorio de Sica com “Ladrões de bicicleta” (1945).
Na década de 50 o cinema entra em crise com o surgimento da televisão e começa a investir em novos formatos, filmes com superproduções.
Na França surgia a nouvelle vague, escola com equipamentos mais leves e sofisticados que lançaram os jovens Jean-Luc Godard e François Truffaut como precursores.
O cinema da Índia, produzido em grande escala até hoje, pela primeira vez ganhou reconhecimento internacional com o filme “A canção do caminho” (1955).
Um cinema independente com orçamentos baixos começava a ser feito, com o pioneiro John Cassavetes.
Na França destacava-se François Truffaut e Godard com a filosofia “uma idéia e uma câmera” e na Itália Frederico Fellini, Luchino Visconti e Michelangelo Antonioni, fazendo um cinema mais existencial e intimista.
O cinema hoje
Com todas estas inovações, o cinema foi se aperfeiçoando e criando novas formas de se fazer filmes. Surgem cineastas que se destacaram por estilos inovadores como Alfred Hitchcock e sua arte de fazer suspense “Psicose”, Ingmar Bergman “A fonte da donzela” e seus mergulhos nos abismos da alma, Stanley Kubrick com sua ficção científica “2001 – Uma Odisséia no espaço”, George Lucas com “Star wars”, as obras industriais, mas autorais de Woody Allen, Martin Scorcese, Francis Ford Coppola. E ainda Steven Spielberg inova com a ficção científica “E.T.”, o dinamarquês Lars Von Trier com o marco “Dançando no escuro”; o oriental Akira Kurosawa com “Ran” uma adaptação de “Rei Lear” de Shakespeare.
"Politicamente incorreto" de Warren Beatty 1998

segunda-feira, 17 de março de 2008
"10.000 a.C." de Roland Emmerich 2007
Digamos que é um filme que divide minha opinião em duas partes.
A trama central do filme é o clássico clichê, "o jovem apaixonado que faria de tudo para resgatar sua amada". Lembrou de algum outro filme hollywoodiano? Normal!
Além disso, contém protagonistas brancos de um povo com estações bem-definidas como verão-inverno (lembra algum país?!). Possui um "happy end" e os protagonistas sofrem modificações superficiais para adaptação de uma época da pré-história. (Desde quando eles teriam dentes tão brancos, peles sem manchas, unhas tão bem feitas e afins?!). E ainda a presença do inglês, mesmo com as raras tentativas pré-históricas de se falar: "pássaros - barcos", "estrela que sempre brilha - lua", etc.
Maaaas apesar de tudo isso, considerando o humilde acervo de obras que já apreciei, o filme é ambientado numa época pouco retratada, de forma tão grandiosa, no universo cinematográfico.
Até onde eu me lembro, a construção das pirâmides nunca foi mostrada dessa forma...tão incompleta (se é que já foi mostrada de alguma maneira). E é claro que os atuais recursos de computação gráfica possibilitam tal façanha com tamanha grandiosidade e perfeição. (até onde reparei).
O que relevo muito no filme é esta forma didática e criativa de se mostrar a miscigenação dos povos e uma possível explicação para a diversidade de culturas, costumes e tribos que habitam no planeta. É um filme que poderia complementar as aulas de história de forma mais dinâmica e exemplificar (mesmo com o tal clichê) o que os livros insistem em nos ensinar.
É um filme de certa forma mágico, por possibilitar esta nova abordagem da história e abrir caminho, pra quem sabe, novas produções desse porte e talvez mais ricas em narrativas!
terça-feira, 4 de março de 2008
Porque eu ADORO BBB!
Convivo num ambiente acadêmico, trabalho com pessoas de nível acadêmico e percebo que programas como esse, são discriminados, ridicularizados e descartados como forma de análise.
Quando encontro alguém pra conversar, o que é raro, ou apenas vê para passar o tempo (já que não tem TV a cabo) ou faz parte daquele público de aparente desinteresse intelectual, típicos amantes de novela, seriados globais e afins.
Há 8 anos atrás, BBB era um programa que me irritava e não me interessava, mas passei a analisá-lo de outra forma e hoje ele distraí minhas horas vagas, quando estou em casa. Quando não posso acompanhar, entro num blog fiel ao programa desde que surgiu, que tasca críticas e comentários a partir do que acompanham pelo paperview.
Também revejo as edições, criando paralelos e contrastes entre diferentes análises do tal "jogo".
Vejo um grande laboratório humano, repleto de estereótipos da nossa sociedade (e de qualquer outra, mas inserida no nosso universo cultural), personagens de nós mesmos, que sim, atuam, como nós, perante situações da vida.
Porque não ver cada participante como personagem fictício de uma grande história, de um grande jogo, que é o que eles acabam se tornando, pois interpretam a sim mesmos (rejeitando teorias da conspiração) e se tornam famosos por estes mesmos papéis! São "atores" que interpretam a si mesmos! Não é uma tarefa muito fácil.
BBB não é brasileiro apenas, é uma receita de reality show vendido e presente no mundo. É um grande jogo, onde as peças são seres humanos que precisam resistir a desafios e o maior deles, a convivência entre até então, meros estranhos. É mascarar seus defeitos até o último momento ou deixar sua máscara cair em favor do jogo.
Mas argumento mais. Como tenho algum conhecimento em edição, gosto de analisar a forma como eles montam (edições) e influenciam fatos como (aparentemente) aconteceram. Como manipulam falas de diferentes momentos, dando sentidos totalmente diferente às palavras e frases. Como conseguem destruir ou vender a imagem de algum "personagem". E a velha teoria da conspiração: será que tudo aquilo não é manipulado?!
Já tentei encontrar pistas da minha teoria, de que cada um recebe um "papel" e precisa interpretar de acordo com as características que recebem. São dirigidos, manipulados e encaminhados premeditamente para cada situação. Uma espécie de pré-roteiro, onde eles precisam dar material para edição. Às vezes, pela péssima atuação de alguns, tenho certeza da teoria, mas em outros momentos, parece tão real o que eles transmitem, sentem.
Ah! Como eles conseguiriam ser tão bons por tanto tempo?
E os atores de "linha direta", de propagandas, atores que vivem disso por anos mas sempre permanecem anônimos?! E não deixam de ser bons no que fazem. Quem disse, que por ser bom, torna-se sempre famoso?!
Os participantes passam por testes não?! São selecionados de acordo com certas qualidades, e pelo que parece, a principal é "Mostrar-se totalmente vulnerável, disposto a todo tipo de situação, confinado, humilhado, esfomeado, carente, testado, pressionado, pra talvez, lá no final ganhar 1 milhão de reais, ou no mínimo, seus 15 minutos de fama." Ou quem sabe, na melhor das hipóteses, já que somos feito de esperança e ambição, levar a programas de rádio, novelas globais, revistas masculinas, entrevistas, ou seja, uma mudança radical de vida, vivenciando pelo menos alguns minutos, horas, dias, meses, quem sabe anos, do que astros vivem por quase uma vida inteira." Não ser apenas um zé-ninguém, mas alguém que inspirou outra pessoa, pelo menos, uma única vez. Afinal a morte de uma pessoa não está na ausência da sua presença física, mas sim da morte de sua simples presença, de ficar esquecida, ou melhor, nunca mais lembrada.
Me empolguei....vamos aos estereótipos:
Jaqueline - a típica gostosona que sabe que é gostosona. Personalidade forte, completamente segura do que é e do que quer. Afugenta os homens e as mulheres. (só pra constar, pois não tivemos muito contato com ela, foi a primeira a sair).
Alexandre - o típico sertanejo apaixonado. (sem mais).
Galego - estudante de medicina, ego inflado (típico de estudante de medicina), encarou o BBB como um desafio de vida, já que cursar medicina já é um grande desafio. Teve que passar por uma experiência assim, para largar de vez a opção de uma vida arriscada (que lá no fundo tinha vontade de ter), por uma vida sólida e estável. (ou não)
Thalita - fala o que realmente pensa, mas se arrepende. Tem dificuldades de aceitar e assumir os próprios erros. Já teve a auto-estima muito baixo quando foi obesa, e por isso, acaba sendo instável. Cheia de complexos.
Bianca - a típica eterna adolescente. Fala como criança, tem atitudes infantis. É maria-vai-com-as-outras. Porém, tenta passar autenticidade através da aparência.
Fernando - o típico filhinho da mamãe, machista, mas com bons princípios. Valoriza o "ser" mulher. Possessivo, tradicional e preocupado com a aparência e com a reputação. Provável bom marido, bom pai, bom profissional, mas jamais espere que eles supere qualquer expectativa. Previsível.
Felipe - o típico sonhador. Tenta ser amigo de todos, consegue se posicionar, mas foge da raia. Não consegue confrontar as pessoas, mesmo que queira. Possui baixa auto-estima.
Marcelo - a típica pessoa que confronta os outros pelo que são, e força-os a se mostrarem, desrespeitando a opção deles da maneira como eles lidam consigo mesmos e com as escolhas e situações. Finge que é homossexual por estratégia de jogo, pois desde quando gay que assume, fica balançado por mulher?! Ser homossexual não é uma escolha.
Marcos - o típico amigo de todos. Não gosta de confrontos, tenta agradar a todos e não tem coragem de assumir (e nem quer) o que realmente pensa. Aquele bom amigo para contar, mas não para receber conselhos. Apenas um amigo para "passar a mão na cabeça".
Thatyana - típica adolescente/adulta que ainda não aceitou o fato. Continua agindo como adolescente. Acredita que todos devem aceitar o seu jeito, mesmo esquecendo e desrespeitando o espaço do outro. (o ouvido, pra ser mais clara). Há a possibilidade de ser homossexual, mas ainda precisa refletir sobre. Ter amigos e beijar garotas não denunciam que seja, apenas ajudam a fortalecer sua sexualidade. A fé em Deus guia sua vida.
Juliana - a típica equilibrada (até demais). Não se abala por nada. Não se mostra como exatamente é. Fechada, até que se sinta a vontade para mostrar um pouco de si. A menina que se faz de santa, mas não é.
Rafinha - o típico eterno adolescente. (Se fosse bom mesmo como cantor, teria cantado com o Capital Inicial.) Inconstante, observador, instável e ainda sem rumo na vida.
Gysele - observa, reflete e pensa bastante, mas se preserva. Prefere guardar o que pensa para não se prejudicar. (ou porque assassina o português..hahaha não resisti). Parece menina, mas a vida já tratou de transformá-la mulher. Sincera com o que sente.
Natália - a menina-mulher. Não tem tanta noção da beleza e do que pode conseguir com ela, pois mantém maus-hábitos aos olhos da sociedade. Se ama e se orgulha do que é. Espontânea e transparente. Assume seus defeitos e é sincera aos seus sentimentos.
Possível ou não de haver alguma identificação?
"Antes de partir" de Rob Reiner 2007
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Resumo: dois pacientes de meia-idade, em estado terminal de câncer, resolvem escrever numa lista aquilo que gostariam de fazer nos seus últimos meses de vida. E bota aventura na lista!
O incrível de se observar no filme é o brilhantismo que Jack Nicholson consegue colocar em todos os seus papéis. Ou os papéis são sempre escritos com ele em mente, ou ele é FODA mesmo e consegue incorporar todos os personagens com paixão e intensidade. Enfim, o cara é FODA.
Mas, achei o filme fraquinho. Tinha tudo para ser um filme super engraçado com alguma ótima lição de vida, o que não deixou de ser, mas em menor escala.
O filme pareceu curto para contar uma história tão profunda. Está certo que para pacientes em estado terminal, o tempo perde seu completo sentido e ganha outro bem diferente e muito mais precioso. Mas a relação afetiva que os dois estabelecem ficou superficial.
O enredo em suas opções de passagem de tempo (cabelo crescendo, recuperação da quimioterapia) não foram suficientes para estabelecer uma ligação tão afetiva entre os dois. Exatamente pela personalidade forte do personagem de Jack, em contraste com a personalidade passiva e familiar do personagem de Morgan Freeman. Acho que o filme deveria ter mostrado algo mais forte para estabelecer o laço afetivo que eles criaram.
(Ai que menina insensível, a doença não foi suficiente?! ... é pra mim...faltou algo mais!)
Talvez eu esteja sendo exigente demais. Ou talvez seja cada vez mais difícil me comover com dramas. Não sei. Mas esperava muito mais.
O filme poderia ter sido mais explorado, em diálogos, atitudes, e ter se aprofundando mais na questão da "The Bucket list" - Lista das botas. Ao invés de ter dado tanta ênfase nas cenas cômicas. Mas como o filme precisa entreter, é compreensível.
"Madrugada muito louca" de Danny Leiner 2004
A história é simples: dois amigos, um de origem oriental, Harold e outro de origem árabe, Kumar, com personalidades opostas e esfomeados depois de fumar um bom baseado, resolvem comer hamburgueres num lugar chamado White Castle. O que deveria ser um trajeto simples, torna-se uma longa aventura. Algo estilo American Pie, mas bem mais esculachado!
sábado, 1 de março de 2008
Os piores filmes que eu já vi (nos últimos tempos)- Parte II
1 - Minha super ex-namorada de Ivan Reitman 2006
2 - Quatro irmãos de John Singleton 2005
3 - A hora do rango de Rob McKittrick 2005
4 - Freddy vs Jason de Ronny Yu 2003
5 - Alexandre de Oliver Stone 2004
6 - Motoqueiro fantasma de Mark Steven Johnson 2007
7- Eu sei quem me matou de Chris Sivertson 2007
8- Sedução e confusão de Stefan Marc 2006
9- Irmãos Solomon de Bob Odenkirk 2007
10- Antes só do que mal casado de Bobby e Peter Farrelly 2007
"Cloverfield - Monstro" de Matt Reeves 2007
Porém, o filme deve ser analisado de duas formas: experimental e entretenimento.
A câmera assume o ponto de vista central, deixando de ser apenas "o buraco da fechadura" do espectador, para se tornar um objeto de cena, importante para história, se não, um tipo de personagem. O filme só acontece porque a câmera está ligada, gravando ou rebobinando. Ela assume o mesmo papel de qualquer outro personagem, vítima do caos, pois está registrando apenas aquilo que o operador da câmera grava, ou seja, um único ponto de vista, específico, mas falho. Para reforçar sua independência, a fita utilizada está com gravações de outros momentos dos personagens, aproximando a filmagem de algo amador, como o filme propõe, tornando a câmera um personagem com visão exclusiva, além da visão do seu operador. Além disso, a duração da fita é o tempo real em que a história se passa.
O resultado, que alguns comparam com
"A Bruxa de Blair", seria pegar uma fita daquilo que alguém filmou, diante de uma situação inusitada, e transpor sua gravação, sem cortes, para o cinema. É um efeito mentiroso, mas convincente. Funciona como um outro filme qualquer, planejado, com roteiro, produção, direção, cenário e etc, mas finge que não. Para ele funcionar, exige planos longos e com raros cortes, que se tornam parte da narrativa, pois são os momentos de outras gravações na fita. É um filme que exige treino, planejamento e com certeza, improvisação. E juntamente com tudo isso, ainda insere efeitos especiais.
Considerando tudo isso, sua proposta é inovadora e lança novos questionamentos sobre teoria do cinema.
Agora, analisando como forma de entretenimento, é um filme que não vale a pena pagar para ver no cinema, pois é tremido, agoniante para a vista e nem um pouco assustador.
A história é uma grande piada. Sem explicação, um monstro invade Manhatan, e alguns amigos que estavam fazendo uma despedida, tornam-se vítimas do caos e passam a registrar o que acontece ao redor.
O filme é repleto de situações impossíveis, forçando atuações e posicionamentos atípicos. Filmar amigos morrendo, filmar enquanto se equilibra para salvar a namorada do amigo, filmar o exército fazendo o resgate, filmar o monstro a centímetros de distância. Numa situação normal, com a vida em risco, seria difícil continuar segurando uma câmera, que nada sofre e que não acaba a bateria.
O seu estremecimento "natural" é exagerado, pois mesmo sendo uma câmera de porte pequeno, em alguns momentos seria possível deixá-la mais plana.
E a estratégia de não mostrar o monstro por completo para aterrorizar ou instigar o espectador é falha, pois o "bicho" não assusta em nada e o fato de não explicar sua aparição, confunde mais ainda. O filme teve chances, pois o personagem-operador filma a TV em alguns momentos, ou a explicação de terceiros (exército), que ajudam a construir uma narrativa mais estruturada, para não ficar algo totalmente amador e sem nexo, mas nem isso é capaz de fazer do filme algo compreensível e apreciador. Parece ser um grande despercídio.
A tentativa é válida, mas a escolha não foi das melhores. Talvez com outro tipo de história, e adotando estas técnicas inovadoras, o resultado seja mais interessante! Algo com espíritos, ou uma câmera escondida onde acontece um crime horrível, ou...enfim...falta algo mais surpreendende, instigante e amedrontador.
"Juno" de Jason Reitman 2007
Juno é um filme independente, que reúne humor a um drama comum: gravidez na adolescência.
Apesar do filme transmitir, de forma leve e bem-humorada, o drama de todos os envolvidos, ele consegue nos comover com sutileza, entre as frustrações e a ingenuidade dos personagens.
O filme é atípico nos diálogos, fugindo das velhas fórmulas de narrativa e diálogos de filmes adolescentes e aproxima seu universo do nosso mundo real.
A imprensão que eu tenho, é que se as falas e atitudes dos personagens fossem modificadas, teríamos um filme completamente diferente, onde poderíamos separar "mocinhos" de "bandidos". Diablo Cody unificou os personagens, mostrando imperfeições e conflitos, tornando-os completamente, humanos!
É um filme com ponto de vista diferente de um assunto tão comum, ao mesmo tempo que é frustrante, é também engraçado e triste. É um filme completamente...humano!