quarta-feira, 27 de março de 2013

Cursar Cinema pode trazer satisfação pessoal e retorno financeiro

Carreira de cineasta tem ganhado espaço no Brasil nos últimos anos

Camila Penha - camila.penha@diario.com.br

Cursar Cinema pode trazer satisfação pessoal e retorno financeiro Alvarélio Kurossu/Agencia RBS
 
Alessandro Danielli se formou na UFSC em 2011 e 
já trabalhou em dois filmes Foto: Alvarélio Kurossu / Agencia RBS

Ser cineasta hoje no Brasil está longe de ser uma brincadeira inconsequente, como se acreditava há algumas décadas. Essa faculdade pode trazer não só satisfação pessoal como retorno financeiro. No último concurso da UFSC, o curso de Cinema foi o 11º mais concorrido, com 13 candidatos por vaga, ficando na frente de graduações tradicionais, como Engenharia Elétrica.

Mesmo que para se tornar cineasta não seja necessária a formação acadêmica, os cursos universitários trazem um grande diferencial para os futuros profissionais da área, que acabam aprendendo a ter uma visão global e contextualizada da produção cinematográfica. A professora de fotografia do curso da UFSC, Andréa Scansani, a Daraca, 44 anos, e o cineasta e ex-aluno do curso, Alessandro Danielli, 27, ajudam a montar um trailer com as cenas mais importantes dessa carreira.

Opções de atuação
Além das funções relacionadas à produção de um filme, como direção, fotografia, montagem, edição de som e figurino, pode-se seguir na área de pesquisa ou crítica cinematográfica. A produção de conteúdo para canais de televisão e para agências de publicidade também está em alta.

O que é mais gratificante
Para Alessandro Danielli, vale a pena ver algo produzido emocionar outras pessoas. A chance de fazer as pessoas pensarem e refletirem sobre um tema também é importante para ele.

O que é mais difícil
A produção de um filme é um processo trabalhoso. Portanto, uma das maiores dificuldades é conseguir concretizar um projeto da maneira como ele foi pensado pelos cineastas. Isso inclui financiamento, afinal, apesar de o mercado estar em um bom momento, o cinema brasileiro ainda depende bastante de editais públicos.

Do que precisa gostar
Gostar de assistir a filmes é essencial, mas não é o suficiente. Precisa se interessar por leituras de todo o tipo _ de filosofia a histórias em quadrinhos. Saber trabalhar em equipe é outra habilidade necessária. Ninguém faz um filme sozinho, e cada um na equipe tem o seu papel e suas particularidades.

Disciplinas e tempo de duração
O curso da UFSC, lançado em 2005, tem carga mínima de oito semestres. Na Grande Florianópolis, a Unisul também oferece graduação na área. A maioria dos cursos têm no currículo aulas de história do cinema, teoria do roteiro, fotografia, direção e até disciplinas de políticas públicas, em que os alunos aprendem a captar recursos de editais para as produções.

Mercado de trabalho
De acordo com a professora Andréa Scansani, este é um ótimo momento para quem trabalha com a área no país, com destaque para cidades como Belo Horizonte, Recife, São Paulo e Rio de Janeiro. Em Florianópolis, tem crescido o número de pequenas produtoras. Ela conta que a "lei de cotas" que obriga canais de televisão pago a exibir conteúdo nacional, implantada no ano passado, tem aumentado muito a procura por produções independentes.

Salário inicial
O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Cinematográfica e do Audiovisual de SC (Sintracine) tem uma tabela de referência de valores. O pagamento varia de acordo com o tipo de produção e a função do profissional. Um diretor cinematográfico em longa, média ou curta metragem recebe em média R$ 2.584 por semana durante a produção de um filme.   

Fonte: DIÁRIO CATARINENSE - original aqui.

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