Ouvi dizer que esta não é uma animação especialmente para crianças. Estavam certos!
Rango é um camaleão (ou lagarto?) doméstico que acidentalmente embarca numa aventura 'faroeste', em busca da própria identidade. Quem sou eu neste mundo?!
A inovação de Verbinski está em criar personagens visualmente feios e estranhos, num ambiente hostil, típico do 'velho oeste'. Nada de fofura ou harmonia visual, comuns nos filmes de animação (mesmo o ogro bonitinho Shrek), mas ratos, esquilos, topeiras, tartarugas, coelhos, cobras e lagartos é que dão vida aos heróis e vilões da trama, onde lutam pelo item mais valioso (ironicamente) do deserto, a água!
Talvez a grande sacada de Verbinski esteja em resgatar os 'excluídos' do cinema e da animação, valorizando também o diferente, o feio, o defeituoso, o imperfeito, arquétipos do que é verdadeiramente humano! E talvez tenha sido bem mais difícil, tamanha a perfeição e qualidade das imagens, rugas e feridas do tempo!
Rango é um filme assim, feio, sujo, imperfeito e dúbio, ironicamente 'humano'!!
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