As cenas são bem feitas e bem construídas, mas o filme não causou o impacto que eu esperava.
É uma história triste, de um membro de gangue que num dos seus atos inconseqüentes, rouba um carro e descobre um neném indefeso dentro. Ao invés de matá-lo ou abandoná-lo, o que estaria de acordo com sua natureza delinqüente, ele se comove e enxerga no bebê uma rendeção para si mesmo, afinal ele já foi uma criança indefesa e abandonada.
O filme mostra uma pequena passagem da sua infância, que não fica claro como isto influencia na sua personalidade. Sua mãe está morrendo e o pai não o quer perto dela. Seu único amigo parece ser um cachorro que é morto pelo pai num ato de fúria e impaciência, talvez pelo desespero de ver sua família se desfazendo. O garotinho foge e passa a viver na rua (é o que parece). Mas faltou algo para reforçar as conseqüências desta passagem.
As trocas de olhares entre os personagens são mais valorizadas que os diálogos, e os atores corresponderam de forma positiva. Com os olhos, conseguem transmitir medos, inseguranças, apreensões, sofrimentos.
É um filme bem-feito, mas incompleto. Ele não é dramático o suficiente para comover e causar impacto (e ele tem essa intenção). Talvez para nós brasileiros, a história do filme seja comum e provável, já que vivemos num país de tanta desigualdade social e inversão de valores e ausência de ética e moral. Mas considerando que é um filme africano, obra de um país de terceiro mundo, sofrendo discriminação para chegar as telas, dá um banho em muita coisa feita por gente bem experiente no ramo.
Detalhes: A trilha sonora do filme é um tipo de rap africano. Muito legal!
O filme ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro (África do Sul) em 2006
e o diretor Gavin Hood é sul-africano, mas é bem bem branquinho! haha
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