sexta-feira, 30 de novembro de 2007

‘’Morte.” de José Roberto Torero: análise do roteiro e do curta-metragem

“Morte.” desenvolve com muito humor a relação de um casal que se prepara para a morte. Eles se preparam para tudo: a escolha da lápide no cemitério, as flores, os caixões, a música do velório, a divisão e organização dos bens e até o ensaio de como seus amigos vão se comportar. Porém o mais difícil parece esperar a própria morte chegar. No desenrolar da história é possível deduzir que os dois devem saber que vão morrer e estão lidando com naturalidade. Mas no final descobrimos que não é bem isso e sem perder o bom-humor.

Torero conseguiu ser irônico e humorado para tratar de um assunto tão delicado como a morte. Os personagens principais formam um casal em perfeita harmonia, típicas pessoas de idade e aparentemente bem organizadas, afinal estão organizando o próprio velório.

O curta-metragem adaptou fielmente o roteiro, com exceção de uma troca de ordem das cenas: a cena da igreja veio antes da cena da divisão de bens. Acredito que assim tenha ficado melhor, porém, o curta é dividido em fragmentos, que relacionam tempo e espaço. Não há uma noção de quanto tempo se passou, pois as cenas se concentram mais no seu próprio tema, que são os preparativos para o velório. Cada cena equivale a um preparativo.

Os diálogos dos personagens são quase fiéis aos do roteiro encontrado (site: www.portacurtas.com.br) com algumas pequenas modificações que parecem decorrer da própria atuação e improvisação dos personagens, e talvez pela direção de cena. Paulo José e Laura Cardoso conseguiram dar um tom natural e humorado aos diálogos. Com uma atuação ruim, talvez complicasse a credibilidade e veracidade do roteiro, pois como citado anteriormente, lidar com o assunto “morte” é algo bem delicado. As falas poderiam ter ficado artificiais dependendo da atuação dos atores.

Enfim, “Morte.” é resultado de um roteiro bem escrito, bem dirigido e com um final bem inusitado, afinal pensar que vamos morrer é um fato, só não sabemos quando.

Um comentário:

Torero disse...

Boa análise.
um abraço, Torero