“Corações e mentes” retrata uma visão crítica sobre a Guerra do Vietnã através de depoimentos, reportagens, imagens de arquivo, entrevistas, entre outros recursos.
Utilizando a proposta de Nichols sobre a classificação de documentário, encontraríamos a presença do “discurso direto” por utilizar entrevistas e um pouco do “cinema direto” onde Davis utilizou imagens de arquivo da Guerra. Não há uma narração no “estilo voz-de-Deus”, porém há presença de outros elementos que aproximariam o documentário de algo como “auto-reflexivo”: uma mistura de todos esses recursos. Também há a presença de uma voz própria, dificuldade que Nichols aponta no discurso direto (apenas entrevistas) e no cinema direto (apenas imagens).
Considerando que Davis recebeu uma boa quantia em dinheiro para realização de “Corações e mentes”, constatou-se que ele reuniu um bom material e conseguiu construir uma visão crítica bastante evidente, através da montagem desse material. Davis mostra pontos de vista de todos os principais envolvidos na Guerra do Vietnã: soldados norte-americanos e vietnamitas, governantes e vítimas, além de intercalar imagens do patriotismo norte-americano e dos horrores da guerra, dando um tom irônico e crítico sobre o posicionamento dos EUA perante a Guerra do Vietnã.
O documentário acaba se tornando extenso, talvez por essa preocupação em mostrar vários pontos de vista, e ainda consegue construir uma visão crítica, instigando o espectador a refletir sobre os horrores da Guerra de Vietnã e sobre as verdadeiras vítimas dessa guerra: todos os soldados, familiares e a ignorância de um povo que acaba sendo manipulado pelo seu governo, em virtude de interesses próprios.
“Corações e mentes” poderia ser atemporal, pois esses mesmos horrores continuam acontecendo pelo mundo, só mudam o lugar e as vítimas.
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