quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Prepare-se para comemorar o ano novo em 10, 9, 8, 7...

por Natália Albertoni

Dentro de poucos dias, serpentinas e chuviscos brilhantes colorem os céus por todo o mundo. Estouros ritmados e suspiros melódicos dão o tom das festas que celebram a chegada de 2011. Seja pela magia dos fogos de artifícios brincalhões ou pelo clima que a data proporciona, a tradicional comemoração dos povos ocidentais já serviu de pano de fundo para grandes histórias nas telonas. Confira a seleção que a MOVIE criou para mostrar o despertar do ano sob diversas perspectivas.

A TRAPAÇA (FREDERICO FELLINI, 1955)

O reservado Augusto (Broderick Crawford) assiste rancoroso e insatisfeito uma cerimônia de réveillon, organizada por um arrogante golpista, depois de prometer ajudar financeiramente os estudos da filha. Ela nada sabe da parceria do pai com Picasso (Richard Basehart) e Roberto (Franco Fabrizi), trapaceiros que vivem de aplicar pequenos golpes em pessoas simples. O sexto filme de Fellini mescla drama e sátiras afinadas, além de discutir questões sócio-políticas da Itália no pós-guerra.

O DESTINO DO POSEIDON (RONALD NEAME, 1972)

Um transatlântico luxuoso batizado de Poseidon reúne famílias e casais para celebrar a chegada do Ano Novo quando uma gigantesca onda o vira de cabeça para baixo. O que era uma grande festa transforma-se no dramático pesadelo de um grupo de sobreviventes. Integrante do cinema catástrofe, bastante explorado nos anos 70, a tragédia fictícia ganhou Oscar de melhores efeitos visuais e canção (The Mornig After). Em 2006, Wolfgang Petersen fez uma refilmagem do longa com o dobro de efeitos gráficos.

HARRY & SALLY - FEITOS UM PARA O OUTRO (ROB REINER, 1989)

Sally (Meg Ryan) está num baile de gala de réveillon quando avista Harry (Billy Cristal) que caminha aflito em sua direção para dizer que a ama. Confetes chovem pelo salão enquanto convidados festejam a meia-noite e o casal continua a discutir sem chegar a um acordo. Até que Harry se declara de forma inesperada. Uma das comédias românticas mais copiadas do cinema mostra como o amor pode ser construído entre encontros e desencontros.

PARENTE É SERPENTE (MARIO MONICELLI, 1992)

Reunidos em uma sala de estar durante a celebração de Natal, os irmãos Colapietro decidem forjar um acidente fatal na noite de 31 de dezembro para acabar com um impasse. Seus pais pretendem sair do casarão onde moram para viver com um deles, mas ninguém se dispõe a abrigá-los. Entre cenas bizarras e muito humor negro, Monicelli costura forte crítica contra a tradicional instituição da família italiana.

ESTRANHOS PRAZERES (KATHRYN BIGELON, 1995)

Na última noite antes da virada do milênio, um ex-policial que trafica chips de memória nada convencionais corre perigo quando descobre estar em posse de uma peça que contém informações sobre uma trama de assassinatos emblemáticos. Enquanto a população aguarda eufórica a chegada do ano 2000, uma conspiração paranóica deve ser detida, mas a cada minuto que passa, o objetivo parece mais distante. Uma viagem pelo universo virtual que antecipa o temor do apocalipse informático que ganhou força no fim de 1999.

O ÚLTIMO RÉVEILLON (MARCO RISI, 1998)

Enquanto se arruma para a festa de Ano Novo, Giulia, interpretada por Monica Bellucci, descobre que o marido tem um caso com a melhor amiga. No mesmo condomínio, uma família acerta os últimos detalhes para um passeio, uma garota de programa prepara um assalto e uma mulher está prestes a se suicidar. Situações grotescas e tragicômicas conduzem as histórias paralelas que se cruzam à medida que a meia-noite se aproxima. Muitas vezes ofuscado pelo trabalho do pai, Dino Risi (1916-2008), Marco ganhou prêmios no Festival de Veneza em 1990 e 1991, entre outros.

O PRIMEIRO DIA (DANIELA THOMAS E WALTER SALLES, 1999)

João (Luiz Carlos Vasconcelos) foge do presídio no dia 31 de dezembro de 1999 para cometer um crime, enquanto, no mesmo instante, Maria (Fernanda Torres) vaga pelas ruas transtornada pelo abandono do marido. Contagem regressiva. Determinada a se matar, Maria sobe ao terraço do seu prédio, mesmo lugar que João encontra para se esconder de uma perseguição. Enquanto os fogos de artifício arrebentam e os gritos de “feliz ano novo” se espalham pela cidade, o encontro inesperado acontece.

ARMADILHA (JON AMIEL, 1999)

Catherine Zeta-Jones interpreta uma agente de seguros contratada para investigar o roubo de uma valiosa obra de arte, mas que acaba se envolvendo com Sean Connery, um charmoso ladrão. Os dois planejam um roubo milionário a ser executado na Malásia durante a virada do Milênio. O filme mostra sequências de ação elaboradas e Connery convincente em um de seus últimos papeis à la James Bond.

BABILÔNIA 2000 (EDUARDO COUTINHO, 2001)

Rio de Janeiro. Durante 12 horas, uma equipe de filmagem dirigida por Eduardo Coutinho acompanha os preparativos para a chegada do ano 2000 nas favelas Chapéu Mangueira e Babilônia, ambas no Morro da Babilônia. Situadas na orla de Copacabana, oferecem vista privilegiada aos personagens-moradores que todos os anos podem acompanhar ao vivo uma das mais conhecidas festas de réveillon do mundo.

O COBRADOR (PAUL LEDUC, 2006)

Na malha de histórias sobre a globalização da violência, um assaltante interpretado por Lázaro Ramos invade uma mansão durante a comemoração do réveillon. O assalto é um acerto de contas entre todos que não tiveram chance de vida digna e os que detém o poder. Baseado nos textos Passeio Noturno I e II e (1975) e O Cobrador (1979), de Rubem Fonseca, o longa do mexicano Paul Leduc é uma grande provocação.

Fonte: redacao@clubmovie.com.br

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