Uma profunda poesia sobre a relatividade do tempo.
Uma metáfora do ciclo da vida humana e todas as suas particularidades.
Um belo filme sobre um personagem chamado Benjamin Button. E como diz o título, uma história curiosa sobre um homem que nasceu fisicamente idoso e morre fisicamente recém-nascido. Ressalto o "fisicamente", pois a mente de Benjamin obedece o amadurecimento da idade. Isso inclui uma espécie de Mal de Alzheimer ao fim de sua vida, quando esquece tudo o que viveu. Para mim, uma das passagens mais dolorosas e intensas, quando ele-criança diz para Daisy que tem a impressão de que viveu uma vida inteira, mas não se lembra dela.
Eu ousaria compará-lo com "Forrest Gump - Um contador de Histórias" de Robert Zemeckis 1994, quando narra passagens históricas, como as Grandes Guerras e a loucura The Beatles ,através da vida de um personagem principal, motivado (obviamente) por uma complexa história de amor. Afinal, que grande história no cinema, sobre um "grande" personagem, não envolve uma história de amor? De preferência complexa, claro.
Além disso, o estilo a la Forrest Gump, é reforçado pela relação de Benjamin com pessoas singulares que o marcaram em seu percurso de vida. Apesar de não lembrar de alguns nomes, jamais esqueceu da importância delas (até certa altura da vida, como percebemos na leitura do Diário). Uma cantora de ópera, um homem repetidor "eu já falei que fui atingido por 7 raios?", uma idosa que lhe ensinou a tocar piano, um capitão de rebocador, uma mulher casada que "quase" atingiu um recorde, um pai arrependido fabricante de botões, uma bailarina famosa e tantos outros, que em suas peculiaridades fizeram parte da formação de Button. Reforçados ao final expressam o valor da vida e da importância de valorizá-las. Funções e pessoas quaisquer, apenas metafóras, pois para cada um de nós o significado de quem amamos é diferente.
O filme é rico na direção de arte, com destaque na caracterização dos atores. Com exceção dos atores mirins que interpretam os personagens de Benjamin e Daisy na infância (no caso, Benjamin no fim da vida), os atores Brad Pitt e Cate Blanchett interpretam seus personagens na juventude, fase adulta e fase idosa. É perceptível que o contraste de luz foi uma das escolhas mais usadas para amenizar os efeitos de maquiagem, que nem sempre ficam perfeitos. E os tons acinzentados tornam-se alaranjados a medida que Button rejuvenece. Se antes tínhamos dias cinzas e frios, ao rejuvenecer e encontrar o amor nos braços de Daisy no auge de sua juventude, as cenas se passam em dias mais claros e ao pôr-do-sol.
Mesmo sendo evidente em filmes de época, a direção de arte vai além e cria uma estética particular, próxima a filmes como "O fabuloso destino de Amelie Poulan" e outros do diretor Jean-Pierre Jeune. Cores vivas em contraste com tons cinzas, semblantes marcados, dos personagens, contrastes de luz e uma fotografia próxima a pintura de um belo quadro em várias passagens do filme.
Como eu disse, um belo filme. Daqueles que reúnem escolhas e expressões artísticas, com uma mensagem interessante sobre a vida humana.
Uma mensagem sobre as possibilidades e chances de recomeços para se fazer e ser o que quiser, mas que diminuim ao passar do tempo. Uma mensagem sobre o tempo que corre cada vez mais depressa e nos lembra que a vida não é para sempre e tudo que se ama se perde ao final do ciclo. Uma mensagem para o espectador, reforçada no último plano do filme, quando a água invade um aposento aonde um relógio antigo e abandonado continua funcionando e fazendo o seu tic-tac.
Uma metáfora do ciclo da vida humana e todas as suas particularidades.
Um belo filme sobre um personagem chamado Benjamin Button. E como diz o título, uma história curiosa sobre um homem que nasceu fisicamente idoso e morre fisicamente recém-nascido. Ressalto o "fisicamente", pois a mente de Benjamin obedece o amadurecimento da idade. Isso inclui uma espécie de Mal de Alzheimer ao fim de sua vida, quando esquece tudo o que viveu. Para mim, uma das passagens mais dolorosas e intensas, quando ele-criança diz para Daisy que tem a impressão de que viveu uma vida inteira, mas não se lembra dela.
Eu ousaria compará-lo com "Forrest Gump - Um contador de Histórias" de Robert Zemeckis 1994, quando narra passagens históricas, como as Grandes Guerras e a loucura The Beatles ,através da vida de um personagem principal, motivado (obviamente) por uma complexa história de amor. Afinal, que grande história no cinema, sobre um "grande" personagem, não envolve uma história de amor? De preferência complexa, claro.
Além disso, o estilo a la Forrest Gump, é reforçado pela relação de Benjamin com pessoas singulares que o marcaram em seu percurso de vida. Apesar de não lembrar de alguns nomes, jamais esqueceu da importância delas (até certa altura da vida, como percebemos na leitura do Diário). Uma cantora de ópera, um homem repetidor "eu já falei que fui atingido por 7 raios?", uma idosa que lhe ensinou a tocar piano, um capitão de rebocador, uma mulher casada que "quase" atingiu um recorde, um pai arrependido fabricante de botões, uma bailarina famosa e tantos outros, que em suas peculiaridades fizeram parte da formação de Button. Reforçados ao final expressam o valor da vida e da importância de valorizá-las. Funções e pessoas quaisquer, apenas metafóras, pois para cada um de nós o significado de quem amamos é diferente.
O filme é rico na direção de arte, com destaque na caracterização dos atores. Com exceção dos atores mirins que interpretam os personagens de Benjamin e Daisy na infância (no caso, Benjamin no fim da vida), os atores Brad Pitt e Cate Blanchett interpretam seus personagens na juventude, fase adulta e fase idosa. É perceptível que o contraste de luz foi uma das escolhas mais usadas para amenizar os efeitos de maquiagem, que nem sempre ficam perfeitos. E os tons acinzentados tornam-se alaranjados a medida que Button rejuvenece. Se antes tínhamos dias cinzas e frios, ao rejuvenecer e encontrar o amor nos braços de Daisy no auge de sua juventude, as cenas se passam em dias mais claros e ao pôr-do-sol.
Mesmo sendo evidente em filmes de época, a direção de arte vai além e cria uma estética particular, próxima a filmes como "O fabuloso destino de Amelie Poulan" e outros do diretor Jean-Pierre Jeune. Cores vivas em contraste com tons cinzas, semblantes marcados, dos personagens, contrastes de luz e uma fotografia próxima a pintura de um belo quadro em várias passagens do filme.
Como eu disse, um belo filme. Daqueles que reúnem escolhas e expressões artísticas, com uma mensagem interessante sobre a vida humana.
Uma mensagem sobre as possibilidades e chances de recomeços para se fazer e ser o que quiser, mas que diminuim ao passar do tempo. Uma mensagem sobre o tempo que corre cada vez mais depressa e nos lembra que a vida não é para sempre e tudo que se ama se perde ao final do ciclo. Uma mensagem para o espectador, reforçada no último plano do filme, quando a água invade um aposento aonde um relógio antigo e abandonado continua funcionando e fazendo o seu tic-tac.
2 comentários:
Muito bem D. Ally cenourinha... ótima crítica sobre este belo filme, uma pena eu não ter lido este livro antes de ver o filme!!!
Confesso que também pensei no Forest Gump durante o filme e engraçado, no filme do Jean-Pierre Jeune também.
Oi Ally, concordo com tudo o que foi dito, o filme é bárbaro, instigante e de fato, lembra muito Forrest Gump.
É uma ótima opção.
Abçs
Emerson
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