Em algum lugar está meu post sobre "10.000 a. C." e cito este filme, pois os dois seguem traços semelhantes.
É um filme épico, num contexto histórico atípico, mas com uma estrutura narrativa principal ambientada neste contexto. As semelhanças param por aí.
O que mais gosto do trabalho de Mel Gibson, além da atuação, claro, é o trabalho minucioso dos filmes. Os idiomas originais, as características físicas semelhantes às reais, e a contextualização não só da história, mas dos costumes, crenças, fisionomia, atitudes e afins, fugindo do típico eurocentrismo. Enfim, acho que estou falando do trabalho brilhante da produção e da direção de arte.
O filme é pura ação, conseqüência da história, que se concentra na dominação entre os Mais e Astecas, de uma América "virgem", onde prevalece a lei da sobrevivência, e onde são travadas batalhas brutais na dominação de povos a serviço das crenças e sacrifícios humanos. Tudo isto, antes de ser descoberta por desbravadores espanhóis, como o final sugere. (ups) O pior ainda estava por vir (segundo dados históricos).
O ponto de vista nos é dado a partir de um dos integrantes de uma das tribos invadidas, personagem principal, que esconde sua família e passa o filme tentando salvar a própria pele, para poder salvá-los das forças da natureza.
O filme acontece na ação, mas também na troca de olhares dos personagens. Que mal falam, mas conseguem transmitir o que sentem através dos olhos. E isto nos basta para ocorrer identificação com o personagem e torcer para um final feliz. Não importa a época, os sentimentos são os mesmos!