Apesar de eu dar devida importância ao maior prêmio da Indústria Cinematográfica Hollywoodiana, sei muito bem que outros filmes excelentes, como os franceses, ficam de fora, como é o caso deste filme de Jeunet.
É importante pensar que o Oscar premia os melhores filmes do ano realizados pelos grandes estúdios de Hollywood (com algum pequeno reconhecimento para filmes de línguas estrangeiras em uma única categoria), mas exclui tudo de bom que é feito pelo mundo e dificulta ainda mais a distribuição destes filmes, reduzindo o leque de opções de filmes super criativos e bem realizados!
Jeunet ficou mais conhecido após o sucesso do filme "O fabuloso destino de Amèlie Poulan", mas já dirigiu outros trabalhos interessantes como "Ladrão de sonhos" e "Delicatessen".
Para ele, o cinema é um espaço para explorar o mundo da imaginação e dos sonhos, por isso a direção de arte é sempre tão impecável e trabalhosa, assim como a belíssima composição de fotografia das cenas.
Neste filme, o protagonista é Bazil, que já criança sofre com as consequências da fabricação de armas e munições de guerra, com a perda do pai e a posterior loucura da mãe.
Cresce num orfanato e acaba tornando-se balconista de videolocadora.
Numa noite comum, testemunha um tiroteio e acaba com uma bala na cabeça.
É mais uma vez sua vida se transforma por consequência das armas!
Perde o emprego, o lar e vira um (simpático) mendigo, que acaba sendo acolhido por uma família de excêntricos, sem jamais esquecer, as razões que o levaram a tal destino.
É nesta trama cômica e sensível, que Bazil traça um plano de vingança e conta com todos os membros da família e suas habilidades mais especiais para executá-lo! Uma namoradinha-contorcionista, um amigo-inventor, uma calculadora ambulante, uma mãe-cozinheira, um pai-sucata, entre outros personagens curiosos.
O filme é leve, divertido, impecável, mas trata de um assunto extremamente atual e polêmico: a fabricação de armas e munições que continuam sustentando guerras e provocando mortes de milhares de inocentes!
É neste clima de fantasia que Jeunet nos presenteia com sua brilhante imaginação e nos diverte com diversas peripécias dos personagens, sem jamais se distanciar do tema e sempre o tratando com a devida delicadeza, mesclada com muito humor!
É um grito de ajuda! É um pequeno alerta!
É uma mensagem direta sobre um drama comum em todos os países, floreada pela arte de contar histórias através da fantasia!
Vale a pena e recomendo "super"!!!
(aproveitando essa expressão típica da minha amiga-borboleta Ari)
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