quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Notícia: Superlotação dos presídios

Fonte: Notícias do Dia - 21/02/2008

"Preso pede comida e médico na Central"
Carceragem, em Florianópolis, já está superlotada e a solução parece distante A falta de lugar para dormir na carceragem da Central de Polícia da Capital está obrigando presos a usarem a criativade: eles improvisam rede de descanso com lençóis, cujas pontas são amarradas nas barras de ferro das celas. Ontem, pela manhã, havia dois detentos dormindo "na rede", enquanto os demais colegas se espremiam em colchões num calor de quase 25 graus. "
Isto aqui é desumano. A gente não pode dormir. Não dá nem para se mexer", reclamam em coro. Adriano de Pieri, 33 anos, afirmou que é soro positivo (Aids) e que uma herpes óssea o incomoda muito. "Preciso de médico e remédios", pediu. Outro detento, com aparentes sintomas de tuberculose, também necessita de tratamento médico. Os vinte e cinco presos, amontoados numa pequena cela com capacidade apenas para quatro homens, ainda reclamam da falta de alimentação. Como não existe carcereiro, porque o local teria que ser destinado apenas a presos provisórios, os detentos alegam que recebem comida de familiares, mas que o alimento não chega até eles.
A coordenadora da Central, delegada Ester Coelho, diz que não sabe mais o que fazer para aliviar a superlotação. "O Deap (Diretoria Estadual de Administração Penal) afirma que não existe vagas em unidades prisionais". O diretor do Deap, Hudson Queiroz, confirmou que o déficit de vagas no Estado é de 2500. No entanto, ele revelou que os problemas das carceragens cheias na Grande Florianópolis vão ser aliviados com a inauguração de um presídio em Criciúma, prevista para abril, com capacidade para 350 presos.
"Detentos do presídio de Florianópolis seriam transferidos para Criciúma, e as vagas do presídio preenchidas com os suspeitos detidos em carceragens", observou Hudson. Enquanto isso, ele sugeriu ao chefe da Polícia Civil soldar uma chapa de aço de uma cela na Central de Polícia da Capital, de onde fugiram seis presos no início do mês, para pelo menos aliviar a situação daquele local.

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